quinta-feira, 5 de maio de 2011

Precisa de tanta polemica? Acho que sim...
Acho que preciso explicar inicio de toda historia neh?
Era uma vez um time de futebol (que mora dentro do meu coração) que associou sua marca a um time de vôlei(outro esporte que amo). Na época fiquei tão feliz, pois com a marca de um grande time ( e grande torcida )poderia ser inicio de uma maior valorização de um esporte que nos tem dado muito mais alegrias que o futebol.  Eis que essa parceria até teve esse efeito, afinal cruzeirense que se preze é apaixonado e vai torcer por todo atleta que carregue nossas amadas 5 estrelas. O problema foi que as torcidas, ao invés de aprenderem com a cultura do vôlei, resolveram levar cultura das organizadas dos alambrados pra torcidas das arenas. E olha que torcida mineira tinha fama das que mais xingavam  na superliga, mas isso nunca foi problema, pois amigos que torcem por times rivais assistem jogo um ao lado do outro e o resto da família junto e podem sair do estádio pelo mesmo portão se quiserem(incluindo crianças de colo.. quem ai tem coragem de levar criança de colo pra estádio de futebol atualmente??) e ir “tomar uma” ou come nos arredores do estádio com a camisa do seu time sem temer por sua segurança. O episódio homofóbico da torcida do cruzeiro me deixou muito abafada na época e ontem,  com a eliminação do nosso amado azul celeste, parecia replay nas coisas que eu lia. Por que pra agüentar  zuação  dos nossos rivais precisamos hostilizar de maneira preconceituosa?? Reconheço  os tradicionais gayloucura, crugayro, gaylo e marias... Mas pensando melhor, se nossa maneira  de implicar com rivais é associar a algo gay não seria uma maneira velada de preconceito,onde associar a gayzisse(sei que não é correto de dizer, mas gosto da palavra e meus amigos que gostam de meninos não  agradam muito de homossexualismo então não quero usar) pra dar sentido pejorativo???
Não sou a favor do politicamente correto pra agradar os outros, concordo com Danilo  Gentili que diz que o preconceito ta menos na expressão que se usa que no sentido agregado que alguém coloca nas suas falas. Tenho amigos aos quais pela intimidade posso chamar de vaca, branquela, magrela, negão, sem recheio ,  viado ou soneca.  Amigos que também podem me chamar de vaca, peituda, amapoah,  travesti(cabeça de viado que se veste de mulher), desbotada(amaria ter mais melanina),manca e afins...é nossa intimidade que permite usar adjetivos sem que seja ofensivo. Poderia chamá-los de comunicolos, geógrafos, cantores, loiro, moreno, vesgo,baixinho,violeiro, motorista,fisioterapeuta,motoqueiro ou segurança . Coisas que a pessoa faz ou tem..características dela...predicados... Mas infelizmente não é isso que se vê na cultura do futebol. Eu mesma brinco (com os amigos que o permitem)  com a camisa rosa dos rivais ou a contratação do Richarlyson. Mas me entristece uma galera que se diz sem preconceitos agregando valor pejorativo a homossexualidade pra implicar com o adversário.
Volto a um velho conceito meu:  preferência  é bem diferente de preconceito. Posso não gostar de rosa, mas isso não impede que quando veja minha sobrinha a “La Penélope charmosa”  ache ela linda, ou que reconheça como lindo um loiro do olho claro quando todos sabem que gosto muito de uma overdose de melanina, ou achar que cabelo de amiga ficou lindo com progressiva mesmo achando que com os cachos era ainda mais lindo. Poderia gastar trocentos caracteres aqui exemplificando minha teoria que você pode preferir uma coisa, mas o que faz de você não preconceituoso é reconhecer  que o não lhe agrada tanto pode ser muito agradável a outro e isso sem juízo de valor.
É por causa de gente como vocês que um jogador com vários méritos como o Richarlyson tem que ficar trancafiado dentro do armário pra ter emprego no futebol profissional, ou amigos meus que sofrem por não poder revelar pra todo mundo que
 gostam de  meninos pra se adequar a hipocrisia que nos cerca disfarçada de não preconceito...
Amigo uma vez me disse algo com mensagem mais ou menos assim: ”exemplos de felizes e honestas são as crianças, quando chegam numa sorveteria, por exemplo, não perdem tempo dizendo ‘eu não gosto de flocos, passas ao rum tem uma cor esquisita  ou frutas do bosque tem um nome estranho’, simplificam de uma maneira 100% honesta e dizem ‘eu quero de morango e chocolate’ e ponto”. Eh!!! Gostaria que as pessoas fossem assim, se gostam de colocar rótulos, tudo bem... Se querem se definir por algo que gostam, fazem ou têm, tudo bem... A questão é: quando vocês forem colocar rótulos não coloquem junto etiqueta de preço, porque vocês podem querer definir algo por uma característica, mas nem por isso vocês têm o direito de definir o valor de cada coisa...
Pronto desabafei!!!